segunda-feira, 10 de maio de 2010

As fachadas da minha cidade

O prefeito da cidade onde moro resolveu fazer cumprir a lei de poluição visual, que já é adotada pela capital de São Paulo.
Achei a iniciativa muito boa e os detalhes no mínimo, interessantes.
Vou explicar melhor: moro no mesmo lugar desde que nasci, ou seja, há mais de trinta anos. Moro próximo a uma rua de comércio bem movimentada, uma das principais da cidade.
E o efeito da lei foi muito interessante, porque a maioria das lojas teve que se adaptar ao padrão estabelecido e abrir mão de suas “fachadas majestosas”. Foi interessante ver cair a fachada daquela lojinha de grife que os jovens tanto amam e ver os letreiros por baixo de: “confeccionamos chapéus, roupas...”
Quantas casinhas humildes estavam escondidas por fachadas luminosas, elegantes...
Fiquei imaginando que o ser humano deixa revelado muitos de seus aspectos em sua vida cotidiana. Quantos, hoje em dia, não se escondem atrás de fachadas? Quantos não tiveram suas raízes, suas estruturas ofuscadas e bem escondidas atrás de letreiros luminosos piscando vinte e quatro horas por dia?
Levamos uma vida de fachada, escondendo fios soltos aqui, rachaduras ali, maquiando, mas nunca resolvendo o problema na base, apenas dando um jeitinho de ninguém ver, mas ele continua ali...

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