terça-feira, 21 de junho de 2011

CONVERSA REAL PELO MSN

No final de 2007, tive a seguinte conversa pelo MSN, com uma amiga lá do Mato Grosso:

Ela: boa noite!
Eu: Boa noite!
Ela: E aí quais são as novidades?
Eu: Menina, arrumei um Negão!!!!
Ela: Sério? Ai, negão é tudo de bom, né?
Eu: Você nem imagina... Ele é tão carinhoso...
Ela: E sua mãe, aceitou?
Eu: No começo ela não gostou e até tentou expulsar ele de casa, mas aos poucos ele conquistou ela também e hoje quando chego do trabalho ele está sempre lá na casa dela me esperando!
Ela: Hum, que bom! Ele tem irmãos?
Eu: Ainda não consegui descobrir nada sobre a família dele, mas ele esquenta meus pés que é uma beleza à noite.
Amanhã vou mandar castrá-lo!
Ela: É, com homem tem que ser assim mesmo, segurar na rédea curta!
Eu: Homem??? O Negão é meu novo gato!
Ela: Sua FDP!!!

domingo, 12 de junho de 2011

TER OU NÃO TER NAMORADO: EIS A QUESTÃO!

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem quer se proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia, pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem um amor, é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter nenhum namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora em que passa o filme, de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhadas quando fala junto e descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer ciesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical do metrô.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato do seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia ao sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma lavada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passar debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanterias.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.

Carlos Drummond de Andrade

“Não inveje quem tem um namorado, pois ter um namorado é fácil, difícil é ter um grande amor...”



terça-feira, 7 de junho de 2011

PARSHVA E OS ANIMAIS

Certa vez, Parshva, um jovem príncipe, quando chegava com o seu cortejo de casamento à residência de sua noiva, viu um cercado abarrotado de animais, esperando para ser abatidos. Chocado com os gritos dos animais, o príncipe perguntou: “Por que esses animais estão sendo mantidos em tão cruéis condições?” Os seus ajudantes responderam: “Eles são para o banquete da festa de casamento.”

O jovem príncipe foi dominado pela compaixão. Ao chegar à sala de cerimônia de casamento, ele conversou com o pai da princesa. “Todos aqueles animais presos no cercado para serem abatidos para o banquete de casamento devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, disse ele. “Por quê? Os animais existem para o prazer dos humanos. Os animais são nossos escravos e a nossa carne. Como pode haver um banquete sem a carne dos animais?”, perguntou o pai.

O príncipe Parshva não conseguia acreditar no que acabara de ouvir. Ele disse, alteando a voz: “Os animais têm alma, têm consciência, eles são nossos parentes, são nossos ancestrais. Eles desejam viver tanto quanto nós desejamos; eles têm sentimentos e emoções. Eles têm amor e paixão; temem a morte tanto quanto nós a tememos. O instinto de vida deles não é menor que o nosso. O direito deles de viver é tão fundamental quanto o nosso. Não posso casar, não posso amar e não posso fruir a vida enquanto os animais são escravizados e mortos”. Sem mais discussão, ele desfez os planos para o seu casamento. Ele rejeitou inclusive a vida confortável de um príncipe e, respondendo a um chamado interior, saiu pelo mundo para despertar as massas adormecidas que haviam sido condicionadas a matar animais. Ele foi o líder do movimento de compaixão pelos animais.

Segundo conta a história, o reino animal acolheu bem Parshva como o profeta dos fracos e da natureza. Eles se reuniram em torno dele, em resposta aos seus apelos por bondade. Os pássaros pousaram nas árvores por perto; os peixes chegaram até a beira do lago onde Parshva meditava. Elefantes, leões, raposas, coelhos, ratos, insetos e formigas lhe prestaram tributo. Um dia, ao ver Parshva encharcado pela chuva pesada de monção, o rei das serpentes ergueu-se sobre a cauda, criando um chapéu com a sua enorme cabeça.

Milhares e milhares de pessoas nas aldeias, vilarejos e cidades comoveram-se com os ensinamentos de Parshva. Elas renunciaram à carne e assumiram a tarefa de cuidar do bem estar dos animais.

J U N H O

O nome do mês de junho deriva da grande Deusa Mãe dos romanos, Juno, a Hera grega. Como Juno é a guardiã divina do sexo feminino, o mês de junho é muito favorável para casamentos. Em 21 de junho ou nas proximidades dessa data é o solstício de inverno, Yule, para quem segue a Roda do Hemisfério Sul. A pedra natal de junho é a ágata.