terça-feira, 7 de junho de 2011

PARSHVA E OS ANIMAIS

Certa vez, Parshva, um jovem príncipe, quando chegava com o seu cortejo de casamento à residência de sua noiva, viu um cercado abarrotado de animais, esperando para ser abatidos. Chocado com os gritos dos animais, o príncipe perguntou: “Por que esses animais estão sendo mantidos em tão cruéis condições?” Os seus ajudantes responderam: “Eles são para o banquete da festa de casamento.”

O jovem príncipe foi dominado pela compaixão. Ao chegar à sala de cerimônia de casamento, ele conversou com o pai da princesa. “Todos aqueles animais presos no cercado para serem abatidos para o banquete de casamento devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, disse ele. “Por quê? Os animais existem para o prazer dos humanos. Os animais são nossos escravos e a nossa carne. Como pode haver um banquete sem a carne dos animais?”, perguntou o pai.

O príncipe Parshva não conseguia acreditar no que acabara de ouvir. Ele disse, alteando a voz: “Os animais têm alma, têm consciência, eles são nossos parentes, são nossos ancestrais. Eles desejam viver tanto quanto nós desejamos; eles têm sentimentos e emoções. Eles têm amor e paixão; temem a morte tanto quanto nós a tememos. O instinto de vida deles não é menor que o nosso. O direito deles de viver é tão fundamental quanto o nosso. Não posso casar, não posso amar e não posso fruir a vida enquanto os animais são escravizados e mortos”. Sem mais discussão, ele desfez os planos para o seu casamento. Ele rejeitou inclusive a vida confortável de um príncipe e, respondendo a um chamado interior, saiu pelo mundo para despertar as massas adormecidas que haviam sido condicionadas a matar animais. Ele foi o líder do movimento de compaixão pelos animais.

Segundo conta a história, o reino animal acolheu bem Parshva como o profeta dos fracos e da natureza. Eles se reuniram em torno dele, em resposta aos seus apelos por bondade. Os pássaros pousaram nas árvores por perto; os peixes chegaram até a beira do lago onde Parshva meditava. Elefantes, leões, raposas, coelhos, ratos, insetos e formigas lhe prestaram tributo. Um dia, ao ver Parshva encharcado pela chuva pesada de monção, o rei das serpentes ergueu-se sobre a cauda, criando um chapéu com a sua enorme cabeça.

Milhares e milhares de pessoas nas aldeias, vilarejos e cidades comoveram-se com os ensinamentos de Parshva. Elas renunciaram à carne e assumiram a tarefa de cuidar do bem estar dos animais.

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